"Não compreendo como pode acontecer, de duas pessoas conviverem vários anos, depois quando não dá mais certo a convivência, separam e se tornam inimigas. Será que  não ficou nada de bom? Só houve coisas ruins?”

Essa expressão de um  amigo ficou comigo, gravado em minha mente e tenho certeza de que me ajudou a não ficar inimiga do meu ex marido. Lógico que foi preciso um trabalho árduo de reflexão  entre os prós e contras, e pautar o pensamento, sentimento nas coisas boas, vividas e… conseguimos nos dar bem.

Sim, porque não ficar bem com a pessoa que já foi nosso afeto, uma vez que não somos perfeitos?

Tenho prestado atenção que ultimamente mesmo que ainda raro, as pessoas já estão mudando esse quadro. Conseguem ter a maturidade  de aceitar o fim de um relacionamento sem a história do “ficar de mal.”  Essa mudança de comportamento para mim, parte da compreensão de que aceitamos, que nada é para sempre, que as pessoas vivem umas com as outras até enquanto dá certo, e que também ninguém é dono de ninguém.

Sou contra a separação. Convivo e convivi com casais que têm e tiveram relacionamento duradouro, isto  na família e também em meio de amigos. Meus pais por exemplo conviveram mais de 60 anos de uma relação muito bacana, de amor e cumplicidade até morrerem. Por outro lado, conheço casais que viveram a mesma quantidade de anos e conviveram na mesma casa em quartos separados e quase sem se falar, durante quase toda vida.

Bom essa questão de convivência é de cada um. quem vive  a história, sabe os motivos que os levam a viverem dessa forma.

O que me levou a escrever esse ensaio. foi o dizer do meu amigo, que já até faleceu vítima do Covid, e de ouvir alguém dizer “fulana não tem vergonha na cara, o marido a deixou por outra e ela continua de bem com ele e até fala com a atual companheira dele”  O que tem de mais nisso? Sinal que essa pessoa educou seu sentimento e que compreende  perfeitamente essa situação

Tudo na vida é educação. O sentimento também se educa. Não vou dizer que é fácil, ainda mais na questão de relacionamento, mas é possível. Falo com conhecimento de causa. Além de que, como eu já disse ninguém é perfeito, tudo que acontece nessa vida não é por acaso, o que passamos é lição, temos que aproveitar. Sem contar que sentimento ruim no coração, traz doenças graves. Parabéns pelas convivências duradouras e as que não foram, aceitação, respeito e consideração sempre!